sexta-feira, 5 de agosto de 2011

SOBRE O MACARRÃO

   Uma lenda antiga e muito divulgada conta que o mercador veneziano Marco Polo, numa de suas andanças pela china do século XII, viu-se certa ocasião diante de desagradável problema, é que seu anfitrião serviu-lhe, no almoço, uma comida de estranhissima aparência: umas moles e amareladas tiras de massa de farinha cozidas em água fervente.
  Temendo desastrosos resultados intestinais, mas obrigado por dever de cortesia, Polo não teve escolha: criou coragem e pôs-se a comer o exótico prato. E, encantadora surpresa, achou-o simplesmente fantástico. Gostou tanto que pediu a receita e levou-a para a Itália, de onde se irradiaria para o mundo. E, graças aos italianos, toda a humanidade ficou conhecendo o macarrão.
     É uma bonita lenda, mas os historiadores garantem que não passa de fantasia. Na verdade, a Roma dos Césares - séculos, portanto, antes de Marco Polo - já conhecia algumas variedades de massa semelhantes ao talharim de hoje. Era comida de nobres, servida nos festins da capital imperial. E sempre acompanhada de bons vinhos tintos.
     Mas, como toda boa lenda, a da origem do macarrão tem algum fundo de verdade. É por certo, por exemplo, que os chineses antigos também conheciam o macarrão. Só que além da farinha de trigo, usavam também e de arroz e até a de feijão. Ficando aos italianos a responsabilidade pela divulgação do consumo do macarrão.